quarta-feira, 24 de setembro de 2008

(ár.bi.tro)

1 – Jur. Em uma disputa ou litígio, aquele que é designado por uma instância exterior, ou escolhido pelas partes para resolver a demanda em que estão envolvidas;

2 – P.ext. Aquele que faz as vezes de juiz, decidindo, julgando ou opinando numa questão ou disputa qualquer;

3 – Esp. Aquele que, em jogo ou competições esportivas, é designado para controlar o cumprimento das regras, apontar faltas, decidir sobre eventos específicos, manter a disciplina etc;

4 – Soberano, senhor absoluto, aquele que decide a seu arbítrio;

5 – Quem tem o poder de julgar e/ou de decidir impasses.


Em todas as concepções semânticas possíveis e impossíveis da palavra árbitro percebe-se um ponto em comum: decisão. No momento em que o árbitro decide uma questão ele está tendendo para um lado, de acordo com o que ele viu e interpretou daquele caso, por legítima convicção própria. Logicamente, por isso, é que o árbitro nunca irá agradar a gregos e troianos. Não é satisfatório para ninguém ser contestado.


Há de vir o dia em que erros de arbitragem e futebol tomarão caminhos opostos na Terra. Eles são iguais a gêmeos siameses e não existe cirurgia reversível. O erro, quando confirmado, gera revolta no afetado. Não quero crer creio que o Grêmio está sendo prejudicado nesse campeonato. Já tivemos ocasiões em que os amados árbitros nos deram uma mãozinha. Contra o São Paulo e Ipatinga, Perea estava impedido – no primeiro muito mais que o segundo, é verdade. Contra o Atlético Paranaense no 1º turno tivemos três penalidades assinaladas a nosso favor, apesar de concordar com todas confesso que aos olhos do torcedor qualquer coisa é qualquer coisa, se é que fui claro (os olhos, nesses casos, vêem mais com o coração do que com a razão). No GRE-nal, outro pênalti foi marcado para nós em um lance raramente notado.


Mas isso não faz mudar os fatos. Não tem como negar que foi pênalti. Não há discussão. Foi um carrinho por trás, dentro da grande área, atingiu as pernas de atacante, além de outras explicações que só vão corroborar o que o juizão não viu (ainda mais porque o que ele viu foram as meias limpas do Soares, e essa foi a justificativa. SIM, REPITO, ESSA FOI A JUSTIFICATIVA). Tudo poderia ter mudado se o camarada tivesse marcado. O lance de domingo foi incomum por causa disso. A indignação é com a capacidade de mudança que o lance possuía. Se o Grêmio vencesse aquela partida, a queda de rendimento seria amenizada, teríamos mais tranqüilidade para os próximos jogos, uma folga na tabela, entre outros mil benefícios. O fato de o tricolor ter jogado muito melhor e, apesar de ter merecido a vitória, não sairmos vitoriosos, incomoda, sim senhor. Devido às circunstâncias é que se o pênalti fosse assinalado tudo poderia ser diferente.


Por essas e outras que a iniciativa da diretoria do Grêmio em requerer um árbitro gaúcho para o clássico é totalmente plausível. Se a CBF vasculhar o histórico recente do futebol do Brasil veremos que os árbitros do Rio Grande do Sul têm se destacado tanto no âmbito nacional quanto global. Seja em jogos decisivos do Campeonato Brasileiro, finais de Copa do Brasil ou representando o país em competições sul-americanas e mundiais, os juízes gaúchos fazem por merecer.


Entretanto, não podemos nos ater ao “efeito borboleta” das coisas. O que passou, passou. Domingo tem o GRE-nal mais importante dos quatro previstos para 2008. Não vamos jogar no Beira-Rio e sim em Porto Alegre, na nossa casa. Imperdível.

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