segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mesmo não sendo campeão, o sentimento não se termina

Eram meados de 39 minutos do segundo tempo segundo o relógio do Estádio Olímpico Monumental. O Grêmio fazia sua parte. 2x0. Tcheco e Soares. Infelizmente, não dava mais. Em Brasília, tínhamos o campeão brasileiro do ano de 2008. Estranho. Parecia que ele tinha saído de Porto Alegre. O velho Olímpico pulsava em uma batida frenética e contagiante. Assim como o coração de cada torcedor gremista presente que, independentemente da situação, nunca irá parar de bater para o seu tricolor. Mais de 46.000 gremistas demonstravam para todo o Brasil o que é torcer no sentido literal da palavra. Foi criado, melhor dizendo, foi reconhecido - já que todos nós sabíamos que existia há tempos - um novo conceito de torcida. Mostramos que para amar o Grêmio não há necessidade de ser campeão. O que move a paixão pelo Grêmio é algo muito mais complexo que título, taças e faixas. Praticamente impossível é explicar o que consome o gremista a ponto de aplaudir um vice-campeonato. Aplausos, aplausos e mais aplausos. O jogo não tinha acabado. O campeonato, sim. Mas era isso que aquele time merecia. Somente isso. Aquilo que foi visto no domingo, dificilmente irá ser visto novamente. Poderá até acontecer, mas não de maneira inédita. Tcheco puxou uma volta olímpica no Olímpico para o time que não foi campeão. Cânticos e aplausos para os jogadores. Porque isso é Grêmio. É acreditar no impossível. Até o final. É superar qualquer expectativa. Ñão importando o tamanho dela. É aplaudir o esforço de um carrinho ao invés de um drible desconcertante. É reconhecer o trabalho de um grupo que sabe de suas limitações mas as supera com força, garra e determinação.
Porque nós agimos de maneira recíproca. Desde maio, aqueles jogadores e aquela comissão técnica nos fizeram acreditar que o título era possível. Até o dia 7 de dezembro, nós fizemos aqueles jogadores e aquela comissão técnica acreditarem que apesar de tudo o que aconteceu no transcorrer do campeonato, sim, ainda era possível. E eles acreditaram. No trabalho, na torcida, na camisa, na Imortalidade e neles mesmos. Parabéns aos jogadores por acreditarem no trabalho e na camisa do Grêmio e por terem dado tudo de si em uma campanha invejável. Parabéns ao técnico por superar todas as críticas e ter finalmente seu trabalho reconhecido. Parabéns a todos que contribuíram para essa campanha, do presidente ao senhor que cuida do gramado. Todos vocês são dignos de aplausos e reconhecimento.
Claro, não se pode esquecer de parabenizar o São Paulo. Apesar de não conseguir nos vencer no campeonato, pontuaram mais, fizeram um grande segundo turno e justiça foi feita com o título. Parabéns. Agora, do inevitável vocês não fugiram. Desta vez não teve como nos tirar da Libertadores. Em 2009, estaremos lá. O ano de 2008 que para alguns, antes mesmo de começar, já queria ser esquecido, agora é tido como exemplo de trabalho e superação. Que 2009 seja um ano de grandes conquistas. A começar pela América. 2009 começa hoje. Nosso sentimento nunca irá terminar. Grêmio, meu único amor.

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