sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pode Vir Que Está Na Promoção

É bastante claro, para não dizer compreensível, que a situação financeira dos clubes brasileiros, incluindo o Grêmio, assemelha-se a uma gangorra. Isto não é nenhuma novidade. Também não é nada novo que, neste país, basta meia dúzia de bons jogos para petrotrilhardários do Leste Europeu e sheiks do Qatar levarem os atletas para tão sonhada independência financeira. Se o jogador tiver menos de 21 anos então, aí é que eles atacam mesmo. Mas o que não é nem um pouco compreensível é a capacidade, digo, a faculdade da diretoria gremista (porque há tempos deixou de ser uma característica momentânea para tornar-se efetiva) em vender pessimamente suas crias. E não é de hoje. Nos últimos anos, das jazidas brasileiras, na Azenha é que são encontradas as pedras mais preciosas. Mas porque vender tão mal? Parece satisfatório para a diretoria apenas tapar buraco. Qual o medo de auferir lucro em uma sociedade capitalista?
Para não ficar apenas na teoria e mostrar na prática é só citar alguns exemplos. Ânderson foi vendido para o Porto por 8 milhões de euros. Saiu de lá para o Manchester Utd por 32. Lucas saiu por 9 milhões de euros para o Liverpool, desta vez incluíram - uma mixaria de - 10% do valor na próxima venda. Ainda por cima, conseguimos esconder o Carlos Eduardo em um time da segunda divisão alemã, o Hoffenheim. Chute o preço. Tente lembrar agora das últimas vendas de jovens promessa pelos clubes Brasil afora (juntando, se igualam ao do Grêmio). Breno do São Paulo, Pato do Internacional e Renato Augusto do Flamengo. Todos saíram por preços consideravelmente maiores que o de todos os jogadores criados no Grêmio. Alguém ouve falar do Breno? Renato Augusto? O Pato aparece mais quando o assunto é casamento com a Stéphany Brito e parece pegar carona na fama de Kaká e Ronaldinho Gaúcho (dessa venda eu nem vou e nem quero comentar). Enquanto isso o Ânderson é titular da Seleção Brasileira. O Lucas é unanimidade para todos, menos para o Dunga, na titularidade da Seleção. Já o Carlos Eduardo, além de garantir o acesso do clube para a primeira divisão, está liderando a equipe em uma árdua disputa pelo título com o todo-poderoso Bayern de Munique.

Se isso fosse passado. Ótimo. Mas não é. Que alguém ia embora ao final do Campeonato Brasileiro deste ano era um fato, afinal, 15 dos 30 jogadores que compunham o plantel do campeonato são da base gremista. E pela fama que temos era só alguém chegar com 2 mariolas para levar alguém. Uni-duni-tê sala-me-miguê. É você que vai Carioca. Tchau! Afinal, temos que pagar nossas dívidas. Só. O que ninguém entende é de onde saem tantas dívidas. Ano passado, pós-final da Libertadores, 3 foram vendidos com a mesma desculpa. Lucas, Lúcio e Carlos Eduardo. E elas, no famoso processo da "bola de neve", aumentam, aumentam, aumentam. E nossas esperanças... diminuem, diminuem, diminuem.

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