sábado, 18 de outubro de 2008

Livre e espontânea pressão

Ela veio de todos os lados, assim como um raio: veloz, fulgente e com uma força descomunal. Sua intensidade era exuberante, capaz de mover montanhas e colinas. Sua gênese ocorreu na alma de cada gremista, indignado e inconformado. No entanto, sua abrangência não ficaria restrita aos diretamente afetados. Era maior do que isso. Mexeu com os egos de todos. Era um ataque, um ultraje, um escopo a todo aquele cuja vontade mor é o futebol jogado somente dentro do campo, sem interferência de tribunais, gravatas e influências. Além disso tudo, ela teve a primazia de derrubar uma liga até então indestrutível: a rivalidade. Não importa o que acontecesse, rivais – sejam eles históricos, regionais, momentâneos – se uniram em prol de um princípio que há tempos não vemos neste país (e não é só de futebol que eu estou falando). É ela, aquela que tarda, mas não falha - ou não: a JUSTIÇA.


Infelizmente foi assim que conseguimos o efeito suspensivo das penas de Léo, Réver e Morales. Digo infelizmente visto que não era desse jeito que queríamos que fosse. Devia ser uma iniciativa coesa e madura partindo daqueles que mutilaram uma equipe e, percebendo o equívoco que cometeram, tentassem repará-lo ao menos, nem que seja por um joguinho sequer. E tal utopia retro citada fica mais uma vez no plano metafísico. Inatingível.


Coincidentemente, o novo julgamento do trio tricolor ficou de ocorrer às vésperas de Grêmio e Palmeiras. Quanto mais eles tentam disfarçar, mais eles se complicam. A cada segundo que se vive e a cada minuto que se passa fica mais explícito. A repercussão de injustiça e severidade foi tamanha que nem passou por nossas mentes tentar reverter a medíocre (perdão por não achar um adjetivo melhor) sentença de Tcheco. Ele ficou esquecido, englobado por uma injustiça ainda maior.


A imediatidade da contra-denúncia não é positiva. Representa algo levado pela emoção e não por aquela que deve nortear tudo e todos: a razão. Demonstra, mais uma vez, de novo e novamente, que o STJD facilmente sofre reações tanto psíquicas como físicas ante um fato, uma situação, uma percepção ou uma notícia que se manifesta, subjetivamente, como sensação intensa fisiologicamente, com alterações que levam o corpo a agir de acordo com esses estímulos.


É triste, mas é verdade.

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