A Gota D'água

Celso Roth gosta de ser criticado. Foi o único revirete encontrado para uma série de perguntas que todo torcedor gremista fez ao ver o jogo de ontem. Porém, após enfiar a cabeça em um balde de gelo para não falar asneira, chega-se à resposta que Juarez deve mesmo é gostar de ser o centro das atenções. Só pode. Ninguém - em sã consciência - muda a equipe depois da melhor apresentação do ano até então. Isso é tão verdade que há tempos já virou até máxima do futebol. "Em time que está ganhando, NÃO SE MEXE". Existe algo mais verdadeiro que um clichê? Os mais reservados dirão que apesar da atuação na última quarta, o time não balançou as redes. Então não há motivos para elogiar a apresentação da equipe, se for o caso.

Na verdade, o grande problema do Grêmio no presente é uma das maiores virtudes do passado: a efetividade, o pragmatismo. A equipe não possui um padrão e por isso não consegue ser efetiva. Alternativas são necessárias (claro que são), mas não deve-se fugir à semântica da palavra: alternativas são meras vicissitudes, disjunções, que no final das contas são a mesma coisa que instabilidade. Se o Grêmio chegou onde ninguém esperava ano passado foi exatamente devido ao protótipo que possuía. E se ao grupo foi agregado qualidade com as contratações é porque o esquema deverá adaptar-se aos jogadores e não a recíproca. Já é unanimidade: a equipe tem mais lucros que dividendos a partir de um modelo de jogo e, no Grêmio, esse modelo é o 3-5-2.

Sobre o jogo em si, o Grêmio foi ferido na escalação, curado na primeira e assassinado na última substituição. Essa é a síntese da partida. Individualmente, dói dizer que Victor foi o melhor em campo - no aspecto negativo da frase.

A campanha "Fora Roth" ganha força e, depois de ontem, mais adeptos. Sorte de Juarez a idiossincrasia da torcida tricolor ser apoiar e não cornetar. Só que paciência tem limite. E a nossa começou a estourar ontem.